Estou sendo perseguido por um monstro que está atrás de mim dia e noite, dia após dia, sem parar. Nem sequer parei o carro para abastecer, comprar comida, água ou até mesmo urinar, não lembro nem quando foi a última vez que tive uma noite de sono decente.
Que vergonha. Para quem antes era considerado um monstro que fazia até mesmo o homem mais corajoso correr com o rabo entre as pernas de tanto medo, hoje estou aqui com medo e fugindo de algo pior e que mata sem pensar duas vezes. “É, como se eu não fosse igual.”
Faço parte de uma família grande de bruxos e bruxas e, magia negra é nossa especialidade, por assim dizer. Mas para quem era considerada uma família de demônios por possuir tal poder, foi facilmente destruída quando aquele monstro apareceu. Foi nos matando um a um, nossas magias não funcionavam nele e nossas armas mágicas sequer faziam cócegas nessa criatura repugnante, era como se ele fosse imune a todo e qualquer tipo de magia.
No início achávamos que as histórias sobre esse monstro não passavam de superstição. Mas como iríamos acreditar na história de um ser profano que após matar toda sua família brutalmente vende sua alma para um demônio com o intuito de adquirir um “poder” capaz de matar criaturas como eu, e que logo depois que conseguiu o tal poder o usou para matar o demônio a quem tinha vendido sua alma.
Ele é diferente de tudo que já vimos e acreditamos. O homem abóbora (ou “Pumpkin Man”, como prefere ser chamado), é um monstro que caça monstros. Não apenas nós, bruxos e bruxas, mas também outras criaturas como lobisomens, vampiros, fantasmas, múmias, demônios, criaturas do limbo e outros. Ninguém, eu digo, ninguém é capaz de escapar da sua execução, principalmente em época de “Halloween”; quando sua ira é maior e sua máscara de abóbora fundida à sua face não chama muito atenção, tornando-se, assim, seu verdadeiro rosto. Dizem que é seu dia favorito do ano, justamente por ser o dia em que ele leva o massacre e a punição a todas as criaturas malévolas.
A gasolina do meu carro acabou faz três horas, no meio do nada, e hoje é véspera de Halloween. "Droga, droga! Estou ferrado, o Pumpkin Man vai chegar a qualquer momento e não quero morrer aqui... Mas é como diz o ditado: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Acho que não tem como eu escapar disso.” Dito e feito, após alguns minutos ele chegou desferindo um golpe com sua espada bem no meu braço direito, o decepando. Normalmente um ataque assim não é eficaz contra mim, porém, todas as armas que ele toca são capazes de nos ferir ou até mesmo matar, e antes que eu tivesse tempo de recitar qualquer tipo de magia ele cortou minha garganta, me fazendo cair no chão. Conseguia sentir todo o meu sangue se esvaindo do meu corpo lentamente, e todas as lembranças de atos de maldade e crueldade que eu já havia feito passavam como flashes em minha mente, até a hora da minha morte.
Não importa o quão profissional seja o bruxo ou bruxa, quão feroz seja o lobisomem, quão intangível seja o fantasma ou quão poderoso seja o demônio: ele executa sem hesitar. Nem um monstro está seguro perante o caçador de monstros “Pumpkin Man”.
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