Quando eu recebi a notícia que seria um dos vinte quatro sortudos que participaria da inauguração da mais nova e grandiosa atração mundial, meu corpo ficou paralisado por alguns segundos. Quem diria que alguém como eu teria tal privilégio em vida, de participar de algo tão magnífico e maravilhoso, chega a ser engrandecedor e empolgante ao mesmo tempo. Eu com mais vinte três pessoas de diferentes partes do mundo fomos selecionados para andar na mais perigosa, radical e mortal montanha-russa de todos os tempos, a “Eutanásia Coaster”, acho que pelo nome você já presumiu do que se trata essa montanha-russa, certo?! Ela foi projetada pelo engenheiro Julijomas Urbanas com o objetivo de tirar a vida com elegância e euforia e causar uma morte indolor a quem fazer um passeio nesse brinquedo. Você provavelmente está pensando que eu estou louco por andar nesse brinquedo mortal, com passagem somente de ida para o inferno. Isso não é algo tão ruim para mim, na verdade é uma coisa boa. Sou um prisioneiro que foi sentenciado a pena de morte, e convenhamos, isso é muito melhor do que morrer na cadeira elétrica ou por um pelotão de fuzilamento, não concorda? Assim como eu, todos os outros selecionados são prisioneiros ou prisioneiras condenados a pena de morte. Nós prisioneiros não temos nomes, quer dizer, tínhamos. Depois que fomos presos passamos por diversos tratamentos inumanos e inúmeras torturas que fez com que nós nos esquecêssemos de nossas vidas passadas, mas o processo foi falho, pois ainda lembro do crime que me fez vim para aqui. Nós passamos a ser conhecidos por números, eu em particular sou o detento número 2106, não que isso seja importante já que irei morrer. Os prisioneiros que aguardam no corredor da morte são transferidos para celas isoladas por 72 horas antes da execução. Quando chegou o dia da minha execução, o dia que eu sairia dessa vida sem cor e sem sentido, o dia da minha redenção, os policiais vieram me busca na cela e me levaram até o local da execução. Eu fui o primeiro a chegar no local, mas pouco tempo depois, um a um, mais prisioneiros foram chegando exibindo seus devidos números no crachá em seus macações. Depois que todos os prisioneiros chegaram, fomos nos sentando em nossos lugares no carrinho da montanha-russa que tinha vinte quatro lugares, lugares que estavam marcados com nossas numeração. Assentei-me no final do carrinho. Estava tão empolgado que não via a hora deles ligarem o brinquedo, pois logo logo iria ver minha família novamente. Quando o carrinho começou a andar, meu corpo começou a ser tomando por uma explosão de adrenalina e muitas outras emoções. O carrinho começou a subir uma enorme ladeira que aparentava ter uns 500 metros de altura. Os pensamentos relacionados a minha família começaram a rodear minha cabeça novamente, e comecei a vivência aquele maldito dia de novo, o dia em que assassinei minha esposa e filhas a sangue frio logo depois que elas descobriram que eu era um traficante de drogas em larga escala. Eu as matei, mas fui tomado pelo sentimento de arrependimento e um grande aperto no meu coração, que fez com que me entregasse para a polícia. Quando me dei por mim já tínhamos chegado no topo da montanha-russa, agora iríamos descer uma queda de 500 metrôs. Quando o carrinho começou a alcançar uma velocidade de 360 quilômetros por hora, os prisioneiros que estavam nas poltronas da frente e nas do meio começaram a desmaiar, eu já estava ficando com minha visão turva a ponto de desmaiar também. Ainda estava consciente mas logo isso iria mudar, na frente depois da íngreme descida que proporcionou a morte aos demais passageiros haviam sete loopings, as sete voltas da morte assim conhecidas, com certeza não sobreviveria, vou morrer de hipóxia cerebral, já não havia oxigênio suficiente para manter meu cérebro vivo, quem diria que a morte também é divertida!
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