A sensação de uma dominação… Como explicar? Um misto de prazer e dor que tomam seu corpo te fazendo pensar em todas as possibilidades imagináveis... É doentio em alguns níveis, mas como poderia eu dizer não me deliciar com a sensação de não saber o que será feito com meu corpo? De estar totalmente à disposição, à mercê, de um outro que pode fazer o que quiser de mim.. Me tocar, me abusar, me violar, me explorar, me usar para seu bel prazer e que, logo mais quisesse, iria me descartar como uma camisinha usada. Mas isso me animava, era como sexo sem compromisso, mas eu estava totalmente para ele, como uma puta, uma cadel; queria ser tratado assim, e ai de quem tentasse me separar dele. Pedi tanto por alguém que assim fizesse comigo, que no sigilo do meu quarto ele me ouviu, me tomou de súbito para si, da forma como um dominador toma seu submisso pelo pescoço, e cospe em sua cara para humilhar e reafirmar sua posse. Assim queria, assim ele fez, mesmo que naquela hora eu mal soubesse o quanto eu desejava ou necessitava desta pegada mais forte, desta possessão doentia, deste desejo ao ponto de me fazer dele.
Sorri na escuridão do meu silêncio até o que mundo notou o meu prazer, e tal notou. Para ele eu fui, encarei de peito aberto o que vinham me dizer, as pessoas da igreja, a família, todos tentavam me afastar daquele prazer ao inferno condenável, assim diziam. Porém, mesmo assim eu queria aquele toque e sentir ele dentro de mim mais e mais vezes, eu queria sentir tudo e ali eu estava para isso. Na cama, contorcia-me de prazer e dor, tudo balançava, o mundo balançava e eu sentia meu corpo voar; se para muitos isso era a sensação de estar nas nuvens, para mim, era meu tão precioso e adorado inferno. Do fogo que queimava o mundo nas mais intensas trevas eu aquecia minha alma e flutuava… Ah... Aquela sensação de queimação na pele enquanto aquele líquido quente caía sobre meu corpo e meu rosto, escorria, a sensação era boa. Quando imaginaria eu estar com mais dois homens em meu quarto, falando safadezas, desafiando, chamando-os à mim… Era um tesão enorme, mas infelizmente acabou.
Após uma longa noite de prazeres, de loucura, de tesão e insanidade, meu mundo veio ao chão; o exorcismo foi bem sucedido. Aqueles malditos padres conseguiram tirar ele de mim, eles haviam expulsado o demônio de meu corpo, eu não queria isso, eu não pedi… Eu os matei, eu me matei… Não aceito viver assim.
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